Por mais que eu ame assuntos/blog/preparativos/álbuns de casamento, o meu casamento não foi tradicional. E não foi porque eu não quis. Sei que Marcelo também não fez questão, mas fato é que, se eu tivesse insistido, teríamos nos casado de véu e grinalda, na igreja mais tradicional de São Caetano. Mas eu não quis. Nunca quis. Sempre achei que deveríamos ficar juntos apenas porque queríamos ficar juntos, não porque assinamos um papel ou porque fizemos uma emocionante cerimônia.

Tivemos uma festa sim - porque meus pais quiseram e fizeram algo bem com nossa cara, um belo churrasco apenas com os mais, mais, mais próximos - e foi bem legal. Rendeu fotos lindas e hoje percebo que foi importante ter familiares que já se foram presentes na comemoração. Porque para mim o que importa é isso: comemorar o fato de nos amarmos, de termos nos encontrado e de estarmos dispostos a dividir toda a vida. E comemorar apenas ao lado de quem realmente torcia por isso - tirando um ou outro amigo ciumento, mas não maldoso - e foi isso que fizemos.



Na época, nem a aliança foi tradicional. Nós nunca usamos aliança de compromisso, e também não fomos noivos ele foi mas não comigo, portanto um dia saímos para comprar nossas alianças e optamos por alianças de aço cirúrgico. O fato de termos adorado os modelos - a minha mais fina e a dele mais grossa - e um pequeno indício de ácido úrico nele fortificaram a escolha.

Mas de repente percebemos que por mais que nossas escolhas tenham sido cumpridas e respeitadas naquele momento, a vida foi passando e nos fez querer outras coisas e também nos obrigou a fazer determinadas coisas, como casar no papel por exemplo.

Ok, não foi casamento, foi declaração de união estável, mas quando o Marcelo perguntou ao rapaz do cartório: Qual a diferença disso e de um casamento no civil?, o moço respondeu com cara de pesar: nenhuma. Até o tipo de separação de bens tivemos que escolher e nem estavámos preparados para isso. "Casamos" em um cartório na hora do almoço, perto do trabalho (quando voltei para a redação as meninas tinham comprado um bem casado para mim :o) ), eu de blusinha preta e unha descascada, só porque o plano de saúde não queria aceitar ele como meu dependente já que não éramos "oficialmente" um casal. Então, agora, de acordo com a lei, já somos, olha aí:




Outra coisa que está "mais tradicional" na nossa relação, são as alianças. Trocamos elas quando completamos 2 anos de casados. Primeiro porque queríamos trocar um presente e não sabíamos qual. Segundo que a minha tava apertada (meus ovários policistícos e minha falta de habilidade para alimentos saudáveis na cozinha me fizeram engordar desde que casamos), então agora usamos uma linda aliança de ouro, com um coração de rubi dentro:


Por fim, a última coisa "ao contrário" que aconteceu foi que, no último final de semana, Marcelo e eu fizemos uma viagenzinha incrível a Monte Verde e ele me deu de presente um anel lindo, do jeitinho que sempre imaginei um anel de noivado (como já havia citado em um post anterior). Liguei para a minha mãe e falei: mãe, ganhei um anel de noivado...e ela disse: mas vocês estão fazendo tudo ao contrário. E eu respondi: sim, e está tudo dando certo. 


Na verdade, dando muito certo. Mais dando certo que isso, impossível. Quem disse que convenções são fundamentais? :o)

Ah, abaixo, o anel!




Ok, todo mundo sabe: sou fã número um do casamento. Minha vida de casada é linda, perfeita - e bate na madeira três vezes para espantar os invejosos e o mau agouro. Porém, só defendo o casamento quando há a certeza de que ele é certo, de que a pessoa com quem se pretende casar é a certa. Obviamente, isso não é garantia de um casamento de sucesso, afinal, as pessoas mudam com o tempo e alguns desentendimentos fazem parte da vida.

Mas não me conformo que, algumas pessoas, tem todos os sinais de que a coisa não vai dar certo e mesmo assim se casam. Por exemplo, conheço uma garota que está de casamento marcado para outubro próximo. Ela namora com o noivo há 8 anos - tempo suficiente para saber se ele é ou não um cara bacana - e a conclusão é de que ele não parece ser. Mas,  mesmo assim, em poucos meses, estarão andando ao som da marcha nupcial. 


Ok, talvez eu esteja julgando demais. Vamos aos fatos para que vocês tirem as próprias conclusões: eles vivem brigando. E não são aquelas briguinhas em que, 5 minutos depois, está tudo certo. Não. Eles ficam semanas sem se falar, fazendo pirracinha um para o outro, contando por e-mail que foi em tal balada. Me fala: quando casarem, como ficarão semanas sem se ver se morarão na mesma casa? Além disso, ele fala mal do trabalho dela - onde ela é chefe, ganha bem, gosta do ambiente, das pessoas e ama o que faz - diz que ela tem que buscar algo maior na vida...oi, apoio é artigo de luxo né?? Agora, o ápice da prova de que ele não é o cara, foi uma briga em um final do ano. O palhaço - essa história deveria muito ser enviada para o blog Homem é tudo palhaço - querendo provar todo seu amor, soltou a pérola: é claro que eu te amo. Já fiquei com meninas muito mais gatas, com corpos mais bonitos, mas estou com você. Isso não prova que eu te amo? NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO! ARGHT!!!!

Outro casal que conheço, que na minha opinião não vai dar certo, pelo menos não está de casamento marcado. Mas ele, claramente não mostra interesse em se unir a moça - mesmo após 3 anos de namoro. E, na boa, acho que nem deveriam. Acredita que eles foram passar uma semana naquele paraíso que é o resort Miramar Maragogi (onde passei minhas férias o ano passado) e brigaram o tempo todo? Ela queria piscina, ele mar. Ela sol, ele sombra. Ela carne, ele lagosta. Na boa, se você briga quando está em um paraíso, onde não precisa se preocupar com trabalho, dinheiro, contas a pagar, casa para limpar, roupa para lavar e passar, quando tiver que fazer tudo isso então, sai da frente!

Por fim, a última história é de um casamento que realmente não deu certo. O cara, que nem meu amigo é, em um evento de trabalho decidiu sentar ao meu lado para desabafar: ela saiu de casa ontem, após 5 anos de casamento, me disse. Sem nenhuma explicação. Olhou para a cara dele e disse: estou indo, não quero mais estar com você e não me procure. Ele ficou então me perguntando porque? Disse que planejavam uma viagem a Paris, tinham 3 imóveis, do quais ele pagou 90% e ela 10%. Disse ainda que ela foi embora com o carro novinho, que ele também tinha pagado 90% e ela 10%. Já notaram algum problema aqui? Dane-se quem pagou mais. Não é um casamento? Não é dividir a vida? Por fim, ele me disse: liguei para a mãe dela, para perguntar o que estava acontecendo e pedir que ela me ajudasse, mas ela me disse: se ela deixou você é porque tinha motivos. Disse que vocês sempre brigavam e que você sempre jogava na cara dela que tinha comprado tudo quase sozinho. Ele então respondeu: ok, admito que errei, mas sua filha sempre foi fria comigo, nunca foi carinhosa, em 5 anos de casada não cozinhou uma única vez.... Aiiiiiiiiiiiiiii Deus, porque alguém casa com alguém que é frio e não carinhoso? A expectativa era de que ela cozinhasse para ele? Conversaram alguma vez sobre isso? Sinceramente, tenho vontade de morrer...Acho que as pessoas sofrem porque querem, e não porque o mundo é injusto.

Claro, também conheço casais que foram perfeitos um para o outro durante 10 anos de namoro e, poucos meses após o casamento - lindissímo e que rendeu fotos lindissímas - se separaram sem mais nem menos. Ele foi embora, e nem as coisas levou. 

Eu também sei que a minha história com o Marcelo não foi sempre um mar de rosas - MUITO PELO CONTRÁRIO - mas os momentos turbulentos aconteceram muito antes do namoro. Porque se, durante o namoro, por um único instante tivéssemos nos ofendido, faltado com respeito, duvidado do amor um do outro, se eu não tivesse certeza de que ele me ama do jeito que eu sou, ou ele não tivesse concordado em lavar a louça, porque eu tenho nojo, eu não teria me casado. Como disse, nada disso é certeza de que as coisas darão certo. Mas na boa, se no namoro as coisas já não são as mil maravilhas, eu desconfiaria muito. 

Esses dias li uma matéria falando do novo livro da autora de Comer, rezar, amar que se chamará Committed, a skeptic makes peace with marriage, que chegará ao Brasil em agosto com o título Comprometida – Uma história de amor. No texto, os repórteres Ivan Martins e Kátia Mello traziam seis conselhos que, segundo eles, podem ajudar a manter um casamento longo e feliz. Eu não gosto muito disso, porque acredito que se alguém conhecesse o segredo do casamento eternamente feliz, vendia, ficava milionário, alguém colocava para download no rapdshare e ninguém nunca mais se separaria, mas em um deles eu acredito muito:

"Fomos educados para acreditar que o casamento é romântico, mas ele não é. O casamento é uma relação de conexão com o parceiro, é educar os filhos juntos, é cuidar um do outro, é ser fiel um ao outro, é respeitar o companheiro acima de tudo (essa última parte eu que acrescentei)".

Portanto, pense bem, se o namoro, onde tudo deve ser lindo e maravilhoso, não é assim, eu, SINCERAMENTE, pensaria duas vezes antes de começar a mandar os convites...






Post rápido: sempre me pergunto que tipo de vestido eu usaria se eu fosse casar na igreja. Já falei para o Marcelo que acho que eu não quis esse tipo de cerimônia por ter medo de querer entrar igual um bolo de noiva.

Sei lá, alguns vestidos absurdamente armados me atraem...mas confesso que por mais que eu olhe, olhe e olhe, nunca achei um que realmente gostasse. Porém hoje, vendo as fotos do MET 2010 (um baile de gala beneficente que acontece nos EUA), eu vi dois vestidos com o qual eu me casaria. O primeiro, da JLo, eu faria em branco e o da Anne, talvez deixasse nessa cor mesmo (ok, eu admito, tenho um alado muito perua). Que acham?


Jennifer Lopez veste Zuhair Murad


Anne Hathaway veste Valentino

Marcelo diz que quando fizermos 10 anos de casados, vamos casar de novo...quem sabe crio coragem de usar um desses, heheheh


Estou lendo o livro  Comer, Rezar e Amar, da autora Elizabeth Gilbert. Sei que esse livro virou febre um tempo atrás, todo mundo leu e eu estou atrasada. Mas é que a princípio ele não me despertou muito interesse. Mas aí o livro virou filme. Assisti o trailer e me deu vontade de ver o filme. E como sempre que vou ver um filme baseado em um livro, prefiro ler o livro antes, cá estou eu na página 85. Confesso também que uma outra coisa me chamou a atenção no livro e fez com que eu quisesse lê-lo agora: estou prestes a fazer 30 anos (amanhã na verdade) e me disseram que o livro era sobre uma mulher de 30 anos que resolve abandonar tudo o que construiu até o momento, para ir buscar quem ela é de verdade.

Parte disso é mentira, afinal ela tem 32 anos quando começa escrever o livro. Mas o resto é verdade. E me instigou a idéia de uma jornalista casada, bem sucedida, resolver abrir mão de tudo que tem na vida. Porque eu, uma jornalista casada, mas nem tão bem sucedida assim, sou totalmente ao contrário dela e tenho um medo enorme de que algo na minha vida mude.

Desde que me conheço por gente, e isso deve ser desde 1994, quando eu tinha 14 anos, em todas as vésperas do meu aniversário faço uma retrospectiva do que foi o ano que passou e como eu gostaria o ano que virá. Ah, um adendo: que 1o de janeiro que nada. Para mim o ano novo começa em 17 de abril!

Não tenho absolutamente nadica de nada para reclamar desse ano que passou. Tudo que aconteceu foi incrivelmente bom. Meu casamento está mais lindo e feliz. Nesse ano completamos dois anos de casado, casamos no papel e eu ganhei uma aliança linda de ouro com um coração de rubi. O Marcelo é a coisa mais importante da minha vida, minha vida com ele é a coisa mais importante que eu tenho. Ele é um marido incrível: dedicado, amoroso, carinhoso e sempre disposto ao que for para me agradar. 

Nesse ano também ganhei um filho novo: o Lino, mais conhecido como Linão. Isso porque meu lhasa bebê é gigante. Bem maior que o Théo. A presença deles dois completa nossa vida de família feliz.

Profissionalmente, não tenho do que reclamar. Adoro o que faço na Info, gosto muito dos meus freelas e adoro escrever para o blog do Nelson (embora eu tenha pouquissímo tempo para isso)

Meus poucos, mais muito bons amigos estão todos bens e sempre próximos. Minha linda família também. Ah, e nesse ano virei "pseudo" dinda. O pequeno Lorenzo nasceu. Marcelo será o dindo oficial e eu a pseudo dinda, hehehhe

Para esse ano, tenho apenas um pedido e um desejo: meu pedido é que tudo continue exatamente igual. E meu desejo é que eu tenha um pouco mais de tempo. Isso é a única coisa com a qual não estou satisfeita. Queria mais tempo para me dedicar ao meu marido, meus filhos e a mim mesma. Tempo é artigo de luxo na minha vida. Mas com todo o resto estando bem, eu não devia reclamar, né??

Por fim, estou gostando muito do livro, queria muito passar um ano viajando, como ela - mas não sozinha, com o meu marido. E no fundo, me sinto triste por ela. Porque ela - pelo menos até a página 85 - não encontrou toda a felicidade que eu encontrei nesse ano que se passou!

Que os anjos digam amém!!!


Umas das partes boas de ser jornalista são os jabás que recebemos. Obviamente, como sou uma jornalista de economia, os meus jabás não passam nem perto dos recebidos por uma colega editora de uma revista de luxo. Entre outras coisas, ela já ganhou colar da Tiffanys, uma semana hospedada na suíte mais badalada do Hotel Nanai e toda uma coleção de maquiagem da Dior.

Mas nessa última semana, após uma coletiva de imprensa, nós jornalistas fomos convidados para almoçar no Walter Mancini Ristorante, um lugar chiquetosinho que em cima da mesa coloca um flyer: pague sua conta em 3 vezes. Anotação mental: nunca ir lá se não for a convite de alguém. 


Entre massas e carnes, começou a rolar entre os jornalistas, um do Estadão, um do JT, e dois assessores de imprensa um papo sobre casamento. Eu, defensora número um do enlace, fui logo falando o quanto era bom e soltei: e além de tudo, trabalho com o meu marido. Apenas um dos colegas comentou a declaração soltando um desanimado: deve ser difícil.

A conversa em questão aconteceu na última terça-feira (02) e hoje, sexta-feira (05), eu já não poderia mais dizer a mesma coisa. Hoje, oficialmente, é o primeiro dia em que eu não trabalho mais com o meu marido. E hoje quem está soltando a exclamação 'é difícil' sou eu. Trabalhar com o Marcelo não foi difícil por um segundo se quer. Trabalhar longe dele, há 1 hora e 27 minutos é que está sendo difícil.


Nós nos conhecemos no trabalho. Trabalhamos juntos por mais de um ano porém, um mês depois que começamos a namorar ele mudou de emprego. Ficamos eu cá, ele lá. Depois, quando já estavamos com 1 ano e 6 meses de namoro, foi minha vez de mudar de emprego. Estava no meu atual emprego há 5 meses quando casamos. Mais três meses e minha chefe me chamou: queria trazer o Marcelo para cá. O que você acha? Acha que ele topa? Seria difícil para vocês. Ótimo. Sim. Não foram as respostas que dei.

Em março de 2008 ele começou a trabalha comigo. A mesa dele era exatamente de frente para a minha. No começo trabalhavamos em horários diferentes. Nos últimos meses estávamos no mesmo horário e isso era ótimo. Vinhamso juntos (eu dormindo e ele dirigindo) e íamos juntos (novamente eu dormindo e ele dirigindo). Não almoçávamos juntos (ele trazia marmita) e tínhamos total liberdade aqui. Cada um conversava com quem queria, sem ciúmes, nem intriguinhas. Somos muito tranquilos, companheiros e sinceros um com o outro. Sendo assim, nunca houve insegurança.

E como colegas de trabalho, nunca tive do que reclamar. Marcelo sempre me ajudou muito. É uma pessoa inteligente, capaz, criativa. Evoluiu muito aqui. E nos trouxe muita coisa boa. Foi uma peça fundamental no desenvolvimento da InfoMoney TV. Por isso entendo que aqui ficou pequeno para ele. Tava na hora de alçar novos voos. Novo emprego, novas oportunidades. Para nós, oportunidade de realizar muitos sonhos que temos.

Mas essa separação, não está sendo fácil. Antes de sermos marido e mulher, somos melhores amigos. E é muito bom trabalhar com melhor amigo. Alguém que você confia, que sabe que torce verdadeiramente para o seu bem. Alguém que não quer puxar seu tapete. Alguém em quem você sabe que pode confiar nos conselhos. Estou vivendo um turbilhão de emoções. E por mais que saiba que ele está em algo bem melhor, olhar a mesa dele vazia hoje, não está sendo fácil...